China alerta Taiwan para “punição da história” a iniciativas separatistas

O presidente da China, Xi Jinping, alertou Taiwan nesta terça-feira que a ilha autogovernada enfrentará a “punição da história” por qualquer tentativa de separatismo, emitindo seu alerta mais contundente ao território reivindicado por Pequim como seu território sagrado. Taiwan é um dos temas mais delicados na China e uma zona de conflito militar em potencial.

A hostilidade chinesa em relação a Taiwan aumentou desde a eleição da presidente Tsai Ing-wen, do pró-independência Partido Democrático Progressista, em 2016. A China suspeita que Tsai quer buscar a independência formal, gesto que cruzaria um limite para os líderes do Partido Comunista em Pequim, mas Tsai afirma que deseja preservar o status quo e está comprometida a garantir a paz.

Os chineses ficaram furiosos quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na semana passada uma lei que incentiva seu país a enviar autoridades de alto escalão a Taiwan para encontros com suas contrapartidas locais e vice-versa.

Os EUA não têm relações formais com a ilha, mas a lei exige que a ajudem com sua autodefesa, e Washington é a principal fonte de armas dos taiwaneses.

Em um discurso feito ao final da sessão anual do Congresso chinês, Xi disse aos 3 mil delegados que a China pressionará pela “reunificação pacífica da pátria-mãe” e trabalhará para que mais taiwaneses desfrutem das oportunidades criadas pelo desenvolvimento de seu país.

“É uma aspiração compartilhada por todo o povo chinês e um de seus interesses básicos salvaguardar a soberania e a integridade territorial da China e concretizar a reunificação completa da China”, disse Xi.

“Quaisquer ações e truques para dividir a China estão fadados ao fracasso e enfrentarão a condenação do povo e a punição da história”, acrescentou, sendo muito aplaudido.

A China tem a vontade, a confiança e a capacidade de derrotar qualquer atividade separatista, afirmou o líder.      

“O povo chinês compartilha uma crença comum de que jamais é permitido e é absolutamente impossível separar qualquer polegada do território de nosso grande país da China”.

O vice-secretário-assistente de Estado norte-americano, Alex Wong, estará em Taiwan nesta semana, informou o Ministério das Relações Exteriores da ilha – uma visita que deve irritar Pequim ainda mais.

Xi Jinping inaugura mandato em tom nacionalista¹

Com um discurso de forte tom nacionalista e prometendo nova era de supremacia militar e econômica, o presidente chinês, Xi Jinping, fechou nesta terça-feira (20/03) a sessão de encerramento do plenário anual da Assembleia Nacional Popular (AMP), que o elevou a um nível de poder que apenas Mao Tsé-tung teve anteriormente.

Diante de quase três mil delegados, Xi fez uma exaltação da China, apelando à unidade dos chineses em prol do "grande rejuvenescimento da nação" e dizendo que o país jamais permitirá que parte de seu território seja separada dele. Xi também enfatizou que a China está pronta para lutar uma "batalha sangrenta" para recuperar seu legítimo lugar no mundo.

O presidente chinês afirmou que o povo está agora "mais próximo do que em qualquer outro período da história de realizar o grande rejuvenescimento da nação”,

"Manter a soberania nacional, a integridade territorial e a completa unificação da pátria é a aspiração comum de todos os chineses", discursou. "Quaisquer tentativas ou manobras que visem dividir a pátria estão condenadas ao fracasso" e também serão "condenadas pelo povo e punidas pela história", completou.

Referindo-se a Taiwan, que se intitula República da China, mas que Pequim considera ser parte do seu território, Xi disse que o continente chinês continuará a persistir em "unificação pacífica" com a ilha. Ele voltou a advertir com firmeza contra qualquer tentativa de proclamar  a independência de Taiwan, ilha separada do país depois da vitória comunista na guerra civil que terminou em 1949.

Xi também prometeu uma "nova era" de supremacia militar e econômica internacional para seu país. No entanto, ele também assegurou que Pequim não se tornaria uma potência beligerante.

No discurso, com o qual iniciou seu segundo mandato de cinco anos, Xi disse que a China é hoje uma "grande nação, cujo orgulho está justificado" e apelou aos cidadãos chineses para que sigam fazendo história e criando "novos milagres".

O presidente também ressaltou a "liderança absoluta" do PCC em todos os aspectos da vida do país.

Xi fechou, assim, um plenário da ANP marcado pela aprovação de medidas que consolidam de seu poder em todos os níveis sobre o país mais populoso do mundo e a segunda economia global.

Nas últimas duas semanas, a ANP eliminou o limite de dois mandatos para o presidente e o vice-presidente, o que permite a Xi comandar o país indefinidamente.

Além disso, os legisladores reelegeram Xi por unanimidade e respaldaram a colocação de homens de seu círculo mais estreito em postos-chave do regime: desde o novo vice-presidente, Wang Qishan, até o novo arquiteto da política econômica, Liu He, passando por Yang Xiaodu como máximo responsável pela luta contra a corrupção.

Estados Unidos e Coreia do Sul irão retomar exercícios militares no próximo mês

Caças F-16 da Força Aérea dos EUA na base de Osan, na Coreia do Sul 20/03/2018 Yonhap via REUTERS

Os Estados Unidos e a Coreia do Sul irão retomar exercícios militares conjuntos neste mês, disseram Seul e Washington nesta terça-feira, apesar da reunião planejada entre o presidente norte-americano, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un.

Seul e Washington disseram em janeiro que iriam adiar os exercícios anuais até depois dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Inverno realizados na Coreia do Sul no mês passado, ajudando a criar condições para a retomada de conversas entre as duas Coreias.

A Coreia do Norte frequentemente denuncia os exercícios como uma preparação para guerra.

O exercício de campo deve começar no dia 1º de abril e durar um mês, enquanto uma simulação com computadores será realizada por duas semanas começando no meio de abril, disse uma autoridade militar sul-coreana a repórteres nesta terça-feira.

¹com Deutsche Welle

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