Odebrecht conclui venda de controle do Galeão

Daniel Rittner

A Odebrecht Transport, braço de infraestrutura e mobilidade urbana da Odebrecht, concluiu negociações para a venda de sua fatia no aeroporto do Galeão (RJ) para o grupo chinês HNA. O pedido de mudança societária vai ser apresentado à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) até amanhã.

Não há prazo definido para a análise do órgão regulador, mas espera-se um aval em 60 a 90 dias. Os chineses vão assumir o controle do aeroporto, que foi privatizado pela ex-presidente Dilma Rousseff no fim de 2013.

A Odebrecht liderava um consórcio formado com a operadora Changi, de Cingapura, e sagrou-se vencedora do leilão com um lance de R$ 19 bilhões. A Odebrecht tinha 60% da parte privada da concessionária e deixará o negócio.

Os chineses vão assumir o controle, mas possivelmente com um pouco menos de participação na sociedade. A Changi, que tem 40%, poderia aumentar sua fatia. Com isso, há uma expectativa de avançar na obtenção do empréstimo de longo prazo prometido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O financiamento nunca saiu por causa dos problemas da Odebrecht na Operação Lava-Jato. O valor do negócio ainda é mantido sob sigilo, mas a HNA deve capitalizar a concessionária Rio Galeão e permitir que haja uma antecipação do pagamento de outorga.

Além de ter quitado uma parcela atrasada de quase R$ 1 bilhão, a concessionária deve desembolsar mais R$ 3,5 bilhões para honrar suas prestações anuais de outorga referentes a 2017, 2018, 2019 e parte de 2020. Seguindo o modelo definido por Dilma, os sócios privados detêm 51% do Galeão. A estatal Infraero manteve participação de 49%.

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