China anuncia envio de quase mil soldados de paz a Sudão do Sul e Darfur

A China anunciou nesta terça-feira sua decisão de enviar quase mil soldados ao Sudão do Sul e à região sudanesa de Darfur em dezembro, para fazer parte da missão de paz da ONU.

Um quadro de infantaria de 700 integrantes será enviado a Juba, a capital do Sudão do Sul, para onde a China já mandou dois grupos de soldados, enquanto um regimento de engenharia de 225 efetivos será destinado a Darfur, o 13º fornecido pelo exército chinês.

O primeiro grupo partirá em meados de dezembro, e o segundo vai fazê-lo no final desse mesmo mês, e ambos cumprirão missões de um ano de duração.

O Sudão do Sul é, junto ao Mali, o único país ao qual a China enviou forças de combate dentro de missões de paz da ONU, o que torna evidente o abandono gradual da política de não interfrência mantida durante décadas.

No princípio de outubro, a ONG americana Centro para os Civis em Conflitos acusou as forças de pacificação chinesas no Sudão do Sul de abandonarem um centro de proteção de deslocados das Nações Unidas em Juba, três meses antes.

Estas, segundo a ONG, deixaram suas armas no local, que foram tomadas por um grupo de jovens deslocados que estavam refugiados nesse centro de proteção da ONU.

Atualmente, a missão da ONU no Sudão do Sul (UNMISS) é composta por 13 mil soldados, mas o Conselho de Segurança decidiu em agosto aumentar seus efetivos militares para 17 mil.

O conflito civil no Sudão do Sul explodiu em dezembro de 2013, quando o presidente Salva Kiir denunciou uma tentativa de golpe de Estado liderado pelo ex-vice-presidente Riek Machar. Apesar de ambos terem chegado a um acordo de paz em agosto de 2015, a tensão voltou a explodir há poucos meses.

Em julho, dois soldados chineses foram assassinados durante uma missão de paz em Juba, e outros cinco ficaram feridos.

A maioria dos cerca de 3 mil boinas azuis que a China tem ao redor do mundo se encontra na África.

Durante sua participação na Assembleia da ONU, em setembro do ano passado, o presidente da China, Xi Jinping, anunciou que seu país contribuirá com até 8 mil forças de reserva para missões de paz, mas não estipulou um prazo para isto.

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