SMART GRID – Rede inteligente de energia sai do papel no país


Rennan Setti

RIO – A eletricidade que chega às casas dos brasileiros está prestes a ficar mais parecida com a internet. Começam a entrar em operação projetos mais ousados de redes inteligentes de energia, o chamado smart grid, que acrescenta camada de dados digitais à malha elétrica. Com ele, distribuidoras saberão à distância e em tempo real tudo o que acontece entre suas centrais e a tomada dos clientes, o que promete serviços melhores, economia e redução importante no furto de energia.

Empresas como Light e Eletropaulo finalizam a compra de milhares de medidores inteligentes, peças-chave da tecnologia, e planejam instalá-los em casas em seis meses.

O movimento ocorre dois anos depois de o governo estabelecer características básicas para o equipamento. Embora a regulamentação não tenha dado prazo para a adoção da tecnologia, as empresas são atraídas pelos ganhos potenciais, sobretudo na conjuntura de crise em que se encontra o setor elétrico.

— O momento delicado torna o investimento em tecnologia mais difícil, mas mais necessário, pois as margens estão menores — diz Maria Vellano, diretora regional da Eletropaulo.
 

Em dois anos, smart grid soma R$ 3 bi em recursos
Light começa instalação por Baixada e Zona Oeste para reduzir ‘gatos’


 
 
RIO – O investimento em smart grid vai somar R$ 3 bilhões entre 2013 e o fim deste ano, calcula a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). A consultoria americana Northeast prevê que serão 46,3 milhões de medidores inteligentes instalados em 2023.

— Entre os emergentes, o Brasil guiará o investimento em smart grid — diz Ben Gardner, presidente da consultoria.

O maior projeto é o da Light, a que mais sofre com os “gatos” no país. A distribuidora acaba de comprar 1,2 milhão de medidores da Landys+Gyr, em contrato equivalente a 80% dos R$ 750 milhões que planeja investir em smart grid até 2018.

A instalação começará em janeiro, na Zona Oeste, na Baixada Fluminense e em comunidades pacificadas das zonas Sul e Norte. Segundo o superintendente comercial da Light, Marco Vilela, as perdas com furtos na rede domiciliar devem cair dos atuais 42% para 29% da energia comercializada em 2018:

— A Light perde R$ 2 bilhões por ano com “gatos". A conta de luz poderia ser 17% mais barata se eles acabassem.

A Eletropaulo planeja investir R$ 75 milhões até 2017 para transformar Barueri (SP) em uma cidade 100% inteligente do ponto de vista da energia. A concessionária licita 62 mil medidores, que serão instalados em janeiro. Encomendou ainda pesquisa ao Ibope para entender os hábitos de consumo dos habitantes da cidade. Com os resultados, fará um site para o cliente administrar seu uso.

Já a Ampla quer ser a primeira a testar a tarifa branca, cobrança de preços diferentes por horário. Segundo Hugo Lamin, assessor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), desde a regulamentação de 2012 já há parâmetros para medidores com essa função, mas o Inmetro ainda não homologou esses aparelhos:

— A perspectiva não é clara.

O Inmetro informou que ainda realiza reuniões para determinar os requisitos técnicos para a tarifa branca. O plano da Ampla é que isso se resolva até setembro, quando quer oferecer a nova tarifa a clientes interessados em Búzios. A empresa estima que até agosto já terá instalado 6,2 mil dos dez mil medidores inteligentes previstos para a cidade.

—Esperamos que a iniciativa de Búzios mostre se o cliente, de fato, muda o consumo com a tarifa branca — diz Orestes Castañeda, coordenador do projeto de smart grid de Búzios.

Emerson Souza, diretor da Itron, que oferece soluções de smart grid, avaliou que os projetos saem do papel depois de um tempo de amadurecimento:

— Eles moldarão a legislação do setor nos próximos anos.

Nota DefesaNet

Tanto o governo como as empresas distribuidoras e geradoras de energia estão tergiversando sobre o Smart Grid.

Todos os lados omitem o verdadeiro objetivo, que é eletrocutar o bolso dos usuários de energia: pessoas físicas (residêncial) e pequenos empresários.
Os grandes usuários já são monitorados devido aos contratos de fornecimento de energia.

Estima-se que o custo da energia para o usuário residencial, nos ditos períodos de pico (18-22 oras), terá um aumento substancial.

Outro ponto é que o Smart Grid é mais suscetível a ciberataques. Está ocorrendo a instalação do SMART GRID em coordenação os programas PROTEGER (Exército Brasileiro) de infraestrutura crítica nacional.

O editor

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