PDCA – Grupo de fornecedores se capacita em novas soluções

Virgínia Silveira

Um grupo de empresas da cadeia brasileira de fornecedores da indústria aeronáutica está sendo preparado para se capacitar em novas tecnologias, que incluem soluções de manufatura avançada e indústria 4.0.

Apoiado pela Embraer e Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), o Programa de Desenvolvimento da Cadeia Aeronáutica (PDCA) envolve 75 empresas.

"Do ponto de vista de automação de chão de fábrica cerca de 20% da base já começou a ir para o lado de automação. É um caminho sem volta", afirma o vice-presidente de suprimentos e manufatura da Embraer, Francisco Soares.

O programa, segundo ele, tem o intuito de aumentar a competitividade das empresas em nível mundial, de modo que elas também possam atuar no mercado internacional e, desta forma, reduzir a dependência da Embraer. "A maior integração da cadeia com as novas tecnologias digitais também trazem benefícios para a Embraer, pois diminui a nossa carga de gestão do fornecedor e o tempo que nós teríamos que trabalhar em desvios de planejamento", ressaltou o executivo.

O Parque Tecnológico de São José dos Campos, que também participa do programa de capacitação dos fornecedores da cadeia, investiu mais de R$ 75 milhões na instalação de uma infraestrutura de laboratórios, nas áreas de manufatura avançada, simulação e sistemas críticos, estruturas leves e interferência eletromagnética. Os investimentos também contam com a participação do governo do Estado de São Paulo.

O diretor de novos negócios do Parque Tecnológico, Marcelo Sáfadi Álvares, disse que a infraestrutura de laboratórios disponível já está sendo disponibilizada para que as pequenas e médias empresas desenvolvam processos e produtos de alto valor agregado que as ajudem a conquistar mercados.

"Das 120 empresas do cluster aeroespacial associadas ao parque, apenas 19 exportam o equivalente a R$ 100 milhões por ano", comentou. O mercado potencial anual, porém, segundo ele, é superior a US$ 500 bilhões.

O coordenador do cluster de TI e do escritório de negócios do Parque Tecnológico, Marcelo Nunes, explica que os laboratórios de manufatura avançada e de simulação e sistemas críticos vão funcionar como um grande show room para as empresas que querem conhecer o funcionamento das ferramentas de indústria 4.0 disponíveis.

"A ideia é mostrar para essas empresas como a tecnologia 4.0 pode alavancar a competitividade e os negócios das empresas por meio da robotização e da automação", explicou.

O desenvolvimento do show room, segundo Nunes, foi feito pela Databot Software Intelligence, empresa que esteve incubada no parque e desenvolveu um software im2 (Intelligent Manufacturer Manager) que faz a gestão de operações industriais e analisa o comportamento das máquinas, processos e produtos. "O fato de estar no parque me permitiu o acesso a máquinas de R$ 4 milhões, que de outra forma não seria possível para uma empresa de pequeno porte como a minha", disse o diretor de tecnologia da Databot, Alexi Condor dos Santos.

O Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) também possui um centro de excelência em manufatura que deu suporte à Embraer nos seus projetos de automação da montagem da fuselagem dos jatos comerciais da família E1 e E2.

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