HCAMP alcança marco histórico de 40 mil procedimentos no Distrito Federal

Com acionamento e montagem em tempo recorde, estrutura atende a população da capital federal devido ao aumento de casos de dengue na região

Agência Força Aérea, por Tenente Gabrielle Varela

O Hospital de Campanha (HCAMP) da Força Aérea Brasileira (FAB), instalado no Distrito Federal, alcançou a marca de mais de 40 mil procedimentos realizados aos pacientes com suspeita ou diagnosticados com dengue em 45 dias.

Segundo a Comandante do Hospital de Campanha, Major Médica Christiane Scardino Evangelista de Loureiro, a dedicação e o esforço do efetivo para atender a missão foi o diferencial diante do fluxo intenso de atendimentos. “Os militares da área de saúde da FAB são diferenciados e o maior incentivo durante as missões é a possibilidade de acolher e cuidar dos pacientes e saber que fazemos a diferença na vida deles. Esse marco de 40 mil atendimentos é histórico para o HCAMP e fazer parte disso é muito gratificante para os nossos militares”, afirmou.

A Unidade de Saúde, em funcionamento desde o dia 05/02, desempenha um papel crucial na assistência médica, oferecendo atendimento de qualidade 24 horas por dia e contribuindo para a contenção da situação de emergência na capital federal. As expectativas de atendimento foram superadas em aproximadamente 160%, de acordo com dados iniciais. A FAB demonstrou, mais uma vez, sua capacidade de prontidão; rápida resposta, desde o acionamento, até a montagem da estrutura, e a eficiência nos atendimentos, em Ceilândia, região administrativa do DF, que recebe os serviços de saúde oferecidos pelo HCAMP. A ação reflete o empenho da Força Aérea e de seus militares em apoiar a sociedade onde o Brasil precisar.

Procedimentos

O Hospital de Campanha fornece atendimento clínico e pediátrico, com centro de emergência, laboratório para coleta e exames diagnósticos, estrutura para acompanhar tratamentos em andamento e espaço para hidratação. A Unidade conta ainda com uma equipe multidisciplinar, entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e de laboratório, dentre outros, e possui 60 leitos que garantem a Operação 24 horas por dia. 

A parceria entre a Força Aérea e as autoridades locais de saúde foi fundamental para a eficácia das operações e para o alcance de metas significativas no enfrentamento da dengue. O Comandante da Operação, Brigadeiro Médico Maurício Ribeiro Braga, destacou a importância do trabalho da FAB para amenizar a situação dos casos de dengue na localidade.

“Os 40 mil procedimentos são a comprovação de um trabalho de excelência ao longo desses 45 dias iniciais. Então, é com muita satisfação que estamos conseguindo contribuir para o enfrentamento dessa epidemia de dengue no DF. Sempre com nosso sorriso, com nosso acolhimento, atendendo a todos com qualidade e resolutividade”, ressaltou o Oficial-General. 

Mobilização

A mobilização para a montagem da estrutura foi iniciada no dia 03/02, com o transporte de insumos e de pessoal, do Rio de Janeiro (RJ) a Brasília (DF), por meio da aeronave KC-390 Millennium da FAB.

Fotos: Sargento Müller Marin / CECOMSAER

FAB supera 2 mil órgãos transportados para transplante

A Força Aérea Brasileira (FAB) desempenha um papel crucial na cadeia da doação de órgãos no Brasil, contribuindo significativamente para salvar vidas e oferecer esperança a pacientes em lista de espera por transplantes. A FAB garante que órgãos sejam transportados com segurança e rapidez para os hospitais designados, reduzindo significativamente o tempo de espera e aumentando as chances de sucesso nos transplantes.

De acordo com o Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), responsável pelo planejamento das missões que envolvem aeronaves da FAB, foram transportados 130 órgãos apenas no período de junho a dezembro de 2023. Este ano, no dia 17/03, a FAB superou 2.000 órgãos transportados, em 1.787 missões realizadas de 2016 a 2024. Fígado e coração são os órgãos mais transportados.

O Sexto Esquadrão de Transporte Aéreo (6º ETA) – Esquadrão Guará, situado em Brasília (DF) transportou dois rins e um fígado, atingindo a marca de 2.000 órgãos transportados. Atualmente, o Esquadrão é o que mais realiza esse tipo de missão na FAB e conta com quatro aeronaves operacionais: C-95 Bandeirante, C-97 Brasília, C-98 Caravan e U-100 Phenom. 

O Comandante do 6º ETA, Tenente-Coronel Aviador Daniel Rodrigues Oliveira, destacou a prontidão do Esquadrão. “Estamos extremamente orgulhosos de ter concluído o 2000º transporte de órgãos realizado pela Força Aérea Brasileira, conduzido por uma aeronave do Sexto Esquadrão de Transporte Aéreo. Esta conquista é um testemunho do compromisso incansável e da dedicação exemplar de nossa equipe. É uma honra para nós desempenhar um papel tão crucial em missões que salvam vidas e fortalecem nossa nação”, disse. 

Exemplo

A jovem Alicia Alves Silva, aos dois anos de idade, recebeu um coração novo e saudável que foi transportado pela Força Aérea. “Hoje eu vejo a FAB como uma Instituição que faz parte diretamente da minha família, pessoas que tive o privilégio de conhecer depois e agradecer pessoalmente por tudo que fizeram por nós. Um papel memorável, de extrema grandeza. Somos muito gratos pela FAB ter transportado o coração da Alicia com tanto zelo”, disse Giselly Alves, mãe da jovem.

Cadeia de Acionamento

A missão de Transporte de Órgãos, Tecidos e Equipes (TOTEQ) é iniciada quando a Central Nacional de Transplantes (CNT) é informada por alguma Central Estadual sobre a existência de órgão ou tecido em condições clínicas para o transplante. A CNT aciona as companhias aéreas para verificar a disponibilidade logística. Se houver voo compatível, os aviões comerciais recebem o órgão e levam ao destino.

Quando não há disponibilidade logística das companhias aéreas, a Central recorre a FAB, uma ou mais aeronave para a captação e transporte de material ou equipes. A pronta-resposta da FAB é fundamental para o sucesso da sensível missão de transporte de órgãos e tecidos. A segurança e rapidez das aeronaves, aliado ao profissionalismo de equipes especializadas, permitem que a Instituição garanta que órgãos sejam conduzidos de forma eficiente para hospitais designados, aumentando significativamente as chances de sucesso nos transplantes.

Os pedidos chegam à Força Aérea por meio de uma estrutura montada no Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), em Brasília (DF). De lá, avalia-se qual a unidade será acionada para realizar o transporte. 

Aparato Legal

O Decreto 9.175/17 dispõe sobre órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano para fins de transporte e tratamento. Segundo o dispositivo legal, a FAB deve manter uma aeronave sempre disponível para cumprir missões dessa natureza, em atendimento às demandas do Ministério da Saúde (MS).

Ainda, o Sistema Nacional de Transplantes (SNT) conta com o apoio da Força Aérea para transportar equipes médicas de coleta, que conseguem se mobilizar em menos de duas horas, para buscar o órgão  e levar ao receptor a qualquer hora e em qualquer lugar do Brasil.

O Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), organização do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), é responsável pela coordenação da distribuição dos órgãos para transplante no Brasil, por meio de transporte aéreo.

Fotos: Suboficial Johnson / CECOMSAER e Arquivo Pessoal

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