CIOpC – Centro de Instrução e Operações na Caatinga

O Centro de Instrução e Operações na Caatinga (CIOpC) é, atualmente, o estabelecimento destinado à formação do Combatente de Caatinga do Exército Brasileiro. Ele é vinculado ao 72º Batalhão de Infantaria Motorizado, possui um campo de instrução para as atividades de formação do aluno e o Parque Zoobotânico da Caatinga, que é o seu apoio para as instruções sobre a fauna e a flora. No CIOpC são ministrados o Estágio de Adaptação à Caatinga, com duração de uma semana, e o Estágio de Adaptação e Operações na Caatinga, com duração de duas semanas.

As atividades de instrução desenvolvem-se em ritmo intenso e buscam reproduzir as condições de combate em área de Caatinga. Muitas lições são ensinadas aos soldados do Exército no Centro, que se situa em um imóvel da União conhecido por Centro de Instrução Fazenda Tanque do Ferro (CIFTF). A área do CIFTF é de 2.817,51ha e se localiza próximo a Jutaí, a 108 km de Petrolina (PE). O Centro está totalmente inserido em área coberta pelo bioma caatinga e é afastado dos grandes centros urbanos. Tais características fazem desse Campo de Instrução um local perfeito para o desenvolvimento da doutrina e da pesquisa a respeito das operações militares em ambiente operacional de caatinga.

Os soldados que fazem o estágio no CIFTF são distribuídos em vários batalhões do Exército no País. Por ano, são desenvolvidos em média sete estágios. Os alunos devem passar por ele para conhecer o ambiente onde a Unidade está inserida. Além disso, outras organizações militares, como a Brigada de Infantaria Paraquedista, sempre enviam militares para treinamento.

Os estágios de adaptação à caatinga duram até 15 dias e, nesse período, os militares recebem instruções sobre alimentos de origem vegetal e animal, o processo de orientação na caatinga (bússola e GPS), os efeitos do calor e primeiros socorros e as características da área de operações. Após uma semana de aula, os futuros combatentes de caatinga recebem uma missão e é aí que colocam em prática todos os fundamentos adquiridos durante a semana de instrução. Na Fazenda Tanque de Ferro, que serve como base para o Centro de Instrução, há uma estrutura composta por alojamentos, casa-sede, copa, enfermaria e salas para instruções.

72º Batalhão de Infantaria Motorizado (BI Mtz)
Batalhão General Victorino Carneiro Monteiro

Criado em 1º de janeiro de 1975, por transformação da 2ª Companhia de Fuzileiros do 35º Batalhão de Infantaria, de Feira de Santana-BA. Integrante da 10ª Brigada de Infantaria Motorizada possui uma área de responsabilidade que abrange 40 municípios, sendo 37 no sertão pernambucano e 03 no baiano.

Por estar incrustado em plena caatinga, no polígono das secas, o 72º Batalhão de Infantaria Motorizado foi designado, por portaria do Comandante do Exército, Unidade de Emprego Peculiar, com a atribuição de desenvolver a doutrina de emprego da tropa em operações nesse ambiente, que se estende por 10 estados brasileiros.

É responsável pela formação do Combatente de Caatinga, caracterizado por seu uniforme cáqui, com aplicações em couro, lembrando os trajes dos vaqueiros da região e identificando-se perfeitamente com o meio ambiente. Em 1995, o Batalhão deslocou-se para ANGOLA, quando passou a integrar a Força de Manutenção de Paz da ONU (UNAVEM III), em território africano.

Mais uma vez, do final de 2008 à meados de 2009, o 72º BI Mtz se fez presente em território estrangeiro, compondo o 10º Contingente Brasileiro de Força de Paz da ONU (MINUSTAH), desenvolvendo atividades voltadas à estabilização do Haiti.

Ao longo de mais de três décadas de atividades, expôs-se o potencial do soldado sertanejo, demonstrando, tanto nas atividades de cunho operacional quanto em atividades subsidiárias, a capacidade de bem cumprir as missões, o que culminou, inevitavelmente, na mística do Combatente de Caatinga. A Casa do Combatente de Caatinga é a presença marcante e positiva do Exército Brasileiro no médio São Francisco, identificando-se com a garra e a força combativa da gente do Nordeste Brasileiro.

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