BOULOS – MTST – ‘Não haverá paz’


VALMAR HUPSEL FILHO /
PEDRO VENCESLAU


Coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e da Frente Povo sem Medo, que congrega organizações ligadas aos movimentos sociais, Guilherme Boulos disse ontem que se o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff for efetivado e for decretada a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil será “incendiado por greves, ocupações e mobilizações”. “Não haverá um dia de paz do Brasil”, disse.
 
“Podem querer derrubar o governo, podem prender arbitrariamente o Lula ou quem quer que seja, podem querer criminalizar os movimentos populares, mas achar que vão fazer isso e depois vai reinar o silêncio e a paz de cemitério é uma ilusão de quem não conhece a história de movimento popular neste país. Não será assim”, disse Boulos.
 
“Há setores do mercado que acham que vão tirar Dilma e vão fazer as ‘reformas estruturais’ que se precisa para a sociedade brasileira. O escambau. Este país vai ser incendiado por greves, por ocupações, mobilizações, travamentos. Se forem até as últimas consequências nisso não vai haver um dia de paz no Brasil”, completou.
 
As declarações foram feitas durante entrevista coletiva concedida ontem por ele e outros coordenadores da Frente Povo Sem Medo para anunciar atos marcados para a amanhã em diversas cidades brasileiras “em defesa da democracia e de uma saída pela esquerda” para o País.
 
A mobilização conta, segundo seus organizadores, com o apoio de artistas, juristas, economistas e intelectuais.
 
Em São Paulo, os organizadores esperam reunir 50 mil pessoas no Largo da Batata, na zona oeste da capital, a partir das 17 horas. A proposta é que os manifestantes marchem cerca de seis quilômetros até a sede da Rede Globo, localizada na zona sul da Capital.
 
No Rio de Janeiro serão realizados dois atos, um pela manhã na Praia Vermelha e outro, à tarde na Cinelândia. Na capital federal a concentração será em frente ao Brasília Shopping a partir das i6horas. Estão confirmadas ainda manifestações também em Curitiba, Fortaleza, Recife e Uberlândia.
 
Ainda segundo Boulos, as mobilizações têm objetivo de marcar posição de entidades de esquerda, ligadas aos movimentos populares, que são críticas ao governo federal mas a favor da legalidade das ações das polícias, do Ministério Público e Justiça.
 
“O espírito dessa mobilização é dizer que estamos extremamente preocupados com esta ofensiva antidemocrática e golpista no Brasil, mas que ao mesmo tempo não nos identificamos com a política deste governo. Entendemos que as políticas assumidas pelo governo
 
Acampamentos. Além da mobilização do dia 24, entidades ligadas aos movimentos sociais planejam uma série de ações de rua em defesa “da democracia”. A Frente Brasil Popular, que congrega63 entidades, vai organizar um acampamento popular, provavelmente no Vale do Anhangabaú, com eventos diários.

As entidades vão promover atos e panfletagens nas periferias, onde haverá carros de som e eventos culturais. Todas as sedes e subsedes sindicais da CUT, Apeoesp e, demais sindicatos signatários da Frente diretórios partidários servirão como comitês antigolpe. Nos locais os ativistas terão acesso a materiais e informações.

Nota DefesaNet

O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) foi criado após os coordenadores dos movimentos irregulares reconhecerem a ineficácia do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MTST).

Em um país com perfil urbano preferencialmente o MTST não atingiu os seus objetivos de levar a Guerra Irregular para o Campo. Assim ao ter o domínio de um grande centro urbano como São Paulo foram incentivados a criação de ações irregulares em áreas urbanas.

O MTST é o mais ativo e o que tem o maior fluxo de verbas da administração do Prefeito Haddad (PT/SP).

O Editor

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