Ajuda da OTAN à Turquia busca evitar confronto com Rússia, diz fonte

A OTAN planeja enviar apoio de defesa aérea para a Turquia, em parte para minimizar o risco de militares do país derrubarem outro avião de guerra russo e, ao mesmo tempo, mitigar a preocupação turca de um transbordamento do conflito na Síria, disseram altas fontes da aliança militar ocidental.

A missão, que deverá ser aprovada pelo conselho da aliança de defesa ocidental na sexta-feira, está sendo preparada há dez meses, muito antes do incidente com a Rússia, e o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, disse que não há conexão com o abate do avião.

Mas fontes da OTAN afirmam que a derrubada do bombardeiro deu impulso aos aliados para se prontificarem a dar mais apoio e assistência para reduzir a tensão entre a Rússia e a Turquia, assumindo um papel na gestão do espaço aéreo turco.

"As normas de engajamento da OTAN são mais cautelosas do que as da Turquia", disse uma fonte.

Embora a aliança liderada pelos Estados Unidos tenha apoiado publicamente a Turquia após seus caças derrubarem um bombardeiro russo que entrou em seu espaço aéreo, vindo da Síria, em 24 de novembro, no primeiro incidente do tipo desde a Guerra Fria, em privado vários aliados alarmados pediram moderação.

Um funcionário turco em Ancara disse que a Turquia e a OTAN estavam procurando desenvolver um sistema pelo qual poderiam ser evitados problemas no espaço aéreo turco e da OTAN, mas ainda era muito cedo para compartilhar detalhes.

Stoltenberg declarou que o fortalecimento das defesas aéreas da Turquia, que há muito manifestou preocupação com a guerra civil violenta perto da sua fronteira, é um compromisso definido bem antes da derrubada do avião russo.

O pacote, previsto para ser aprovado sem debate, inclui aeronaves de interceptação, aviões com Sistema Aéreo de Alerta e Controle (Awacs) e uma unidade marítima com navios de comando e fragatas com mísseis antiaéreos e antinavio.

A operação teráa dupla função de defender a Turquia e contribuir simultaneamente para uma campanha liderada pelos EUA contra o Estado Islâmico no Iraque e Síria. Mas a presença da Otan também poderá servir como uma leve contenção à Turquia.

Putin diz que "não vê probabilidade" de melhoria de laços com Turquia

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira que "não vê probabilidade" de melhora nas relações com a atual liderança da Turquia, após a derrubada de um caça russo no mês passado por forças turcas.

"É difícil para nós alcançarmos um acordo com a atual liderança turca", disse Putin durante entrevista coletiva. Putin disse que a derrubada do avião de guerra russo era "um ato de inimizade" e não entendia o motivo da Turquia.

"O que eles alcançaram? Talvez, eles pensaram que iríamos correr para longe de lá (Síria)? Mas a Rússia não é um país assim", acrescentou.

Ucrânia

 

O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira que a Rússia manteve pessoal no leste da Ucrânia realizando certas tarefas militares, mas negou ter posicionado tropas russas regulares em território ucraniano.

"Nós nunca dissemos que não havia pessoas realizando certas tarefas, incluindo na esfera militar", disse Putin em uma coletiva de imprensa anual. "Mas isso não significa que haja tropas russas (regulares) lá. Veja a diferença."

Putin disse que a Rússia está disposta a convencer os separatistas no leste da Ucrânia de que é necessário um acordo a fim de alcançar uma solução política para o conflito na região.

Ele também afirmou prever a piora das relações comerciais com a Ucrânia, mas disse que a Rússia não iria impor sanções sobre Kiev relacionadas com o seu acordo comercial com a União Europeia.

Leia também (texto em inglês):
Boeing Delivers Final Peace Eagle AEW&C Aircraft to Turkey (Link)

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