A China foi tema de painel do curso Altos Estudos em Defesa da ESG, campus Brasília

Comandante Cleber Ribeiro

Estagiários e convidados do Curso de Altos Estudos em Defesa (CAED), da Escola Superior de Guerra (ESG), tiveram uma manhã de terça-feira (22) especial. A ESG, campus Brasília, promoveu o painel: “China: mosaico cultural e parceiro estratégico” e recebeu, para o evento, o embaixador da China Li Jinshang; o embaixador brasileiro e ex-consultor em Hong Kong, José Antônio de Castello Branco de Macedo Soares; e o professor, membro do corpo permanente da Escola, Severino Bezerra Cabral Filho. O evento contou ainda com a presença do general Wilson Mendes Lauria, diretor da Escola, campus Brasília, e autoridades civis e militares.

O painel teve início com a palestra do embaixador Li Jinshang. Ele ressaltou que a China defende os objetivos da paz mundial e o progresso comum. Durante sua apresentação, destacou que em março do corrente ano, a primeira reunião plenária da 13ª Assembleia Popular Nacional aprovou a emenda constitucional, incluindo a “construção da comunidade de futuro compartilhado”, que transcende nacionalidades, culturas, Estados e ideologias.

Ao finalizar, abordou a “Parceria Estratégica Global Brasil-China”, que tem o propósito de fortalecer a comunicação política e a confiança mútua estratégica; desenvolver as relações entre as Forças Armadas; e aprofundar a cooperação substancial, enfatizando que em 2017, o valor do comércio sino-brasileiro teve um aumento de cerca de 30%, alcançando 87,5 bilhões de dólares.

O embaixador encerrou sua palestra falando do valor da cooperação BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), para a economia, política e cultura dos seus membros.

Na sequência, o professor Severino Cabral iniciou a sua apresentação citando Mengzi, que disse: “ é natural que as coisas sejam diferentes”. E destacou que, em agosto de 1974, o propósito que fundamentava o relacionamento entre o Brasil e a China já convergia na direção do respeito mútuo à soberania e de não intervenção nos assuntos internos do outro país.

O professor relembrou Azeredo da Silveira, que afirmou em seu pronunciamento: “nossos governos têm enfoques distintos para a condução dos seus respectivos destinos nacionais. Ambos consideramos, no entanto, que é um direito inalienável de cada povo o de escolher o seu próprio destino”. E que a resposta de Chen Jie, por parte da China, na ocasião, concordava dizendo que “por meio de contatos e conversações amistosas e francas aumenta-se ainda mais a compreensão mútua”.

E concluiu observando as palavras de  Xi Jinping, em Davos, na suíça, em  2017: “hoje também vivemos em um mundo de contradições. Por um lado, com a crescente riqueza material e avanços em ciência e tecnologia. A civilização humana se desenvolveu como nunca. Por outro lado, conflitos regionais frequentes e desafios globais como o terrorismo, os refugiados, a pobreza, o desemprego e a crescente desigualdade de renda contribuem para as incertezas do mundo”.

O painel terminou com o embaixador Macedo Soares fazendo o questionamento: “onde está a solução?” e, a partir daí, passou a traçar um paralelo entre Hong Kong, Macau e Brasil. Enumerou algumas semelhanças entre Macau e Brasil, dentre elas a arquitetura, a plantação de chá e o artesanato. E destacou as diferenças por meio de dados estatísticos, evidenciadas pelo crescimento daquelas cidades, como o número de turistas que visitam os países, o investimento em ciência e tecnologia e a redução da violência.

Os coronéis da Força Aérea Brasileira Castanhedo e Gustavo Luiz agradeceram, em nome da turma, as presenças ilustres dos palestrantes e destacaram a riqueza de detalhes e o zelo com que apresentaram o tema, que enriqueceram o curso que realizam.

Fotos: sargento Alexandre Manfrim/MD

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