Obama indica novo assessor para América Latina

WASHINGTON – O presidente dos EUA, Barack Obama, apontou o atual conselheiro político da Embaixada Americana em Brasília, Ricardo Zúñiga, como seu principal assessor para América Latina e Caribe. A escolha foi interpretada em Washington como uma guinada da diplomacia presidencial para a região. Descendente de hondurenhos, Zúñiga assumirá a atual função de Daniel Restrepo, de origem colombiana.

A Casa Branca confirmou nesta sexta-feira, 25, ao Estado a decisão de Restrepo de trabalhar na iniciativa privada em junho. Anteriormente, havia rumores de que o conselheiro de Obama para a América Latina também integrasse o comando de sua campanha para a reeleição, em Chicago.

Restrepo foi o primeiro membro do Conselho de Segurança Nacional para a América Latina a ter o espanhol como língua materna. Ao assumir, em abril de 2009, tentou desmontar as políticas mais duras do governo do republicano George W. Bush em relação a Cuba e diminuir os conflitos com Havana. O governo americano, durante esse período, eliminou as restrições para que cubano-americanos visitassem a ilha.

Chávez. Também é atribuída a Restrepo a ausência de contra-ataques da Casa Branca às declarações do presidente da Venezuela, Hugo Chávez. A posição de Obama em relação a Chávez contribuiu para evitar maiores prejuízos à relação bilateral, atualmente restrita ao comércio de petróleo, vantajoso para ambos os lados.

Restrepo, porém, não conseguira garantir à América Latina, especialmente ao Brasil, um lugar entre as prioridades da diplomacia americana.

Apesar das visitas do presidente Obama a Brasília e ao Rio de Janeiro, em março de 2011, e da presidente Dilma Rousseff a Washington, em março, as relações dos EUA com o Brasil não melhoraram como era esperado. A chamada "Nova Parceria com a América Latina", iniciativa lançada em março de 2011 por Obama em sua viagem a Santiago, teve uma fria recepção.

A última tentativa da Casa Branca de se aproximar da região, na Cúpula das Américas em Cartagena, acabou ofuscada pela pressão do Brasil, da Venezuela e de seus aliados bolivarianos pela presença de Cuba no evento. Pesou ainda o escândalo causado pelo envolvimento de agentes do serviço secreto da Casa Branca com prostitutas colombianas.

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