Ser aliado extra-OTAN beneficia indústria de defesa, diz governo

A condição de aliado prioritário extra-OTAN, conferida ao Brasil pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , vai abrir oportunidades no setor de defesa e intercâmbio militar, prevê o governo.

Em nota conjunta, os ministérios da Defesa e Relações Exteriores projetam a ampliação de negócios no setor. "A base industrial de defesa brasileira poderá ser beneficiada pelo status de MNNA [aliado prioritário extra-OTAN] ao integrar-se de forma mais competitiva nas cadeias globais de valor de alta tecnologia do setor.

Poderão ser discutidas opções de maior acesso ao mercado norte-americano e a financiamentos para produtos de defesa exportados pelo Brasil, além da participação em licitações e empreendimentos conjuntos.

Espera-se, ademais, a facilitação de trâmites para a aquisição de produtos de alta tecnologia necessários ao avanço de programas estratégicos nacionais", diz a nota.

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) é uma aliança militar que envolve 29 países-membros da Europa ocidental e América do Norte. As regras atuais da OTAN limitam os convites para integrar a aliança a países europeus. Entretanto, desde o ano passado, a Colômbia é o único "parceiro global" da OTAN na América Latina.

Os "parceiros globais" podem contribuir com as operações e missões da aliança, com base em um programa individual. Para o governo brasileiro, essa designação também eleva a um patamar sem precedentes a relação militar do país com os norte-americanos, com aprofundamento da cooperação e da confiança estratégica entre as duas nações.

"O status de MNNA [em inglês, Major Non-NATO Ally] é conferida a número restrito de países, considerados de interesse estratégico para os EUA e torna-os elegíveis para maiores oportunidades de intercâmbio e assistência militar, compra de material de defesa, treinamentos conjuntos e participação em projetos", acrescenta a nota conjunta do Itamaraty com o Ministério da Defesa.

Com a designação, o Brasil se torna o segundo país da América Latina, depois da Argentina, a receber o status especial, que permitirá aprofundar a cooperação militar bilateral. Além deles, outros 16 países foram declarados aliados extra-OTAN pelo governo americano.

Trump havia indicado que pretendia nomear o Brasil como aliado preferencial extra-OTAN quando o presidente Jair Bolsonaro visitou a Casa Branca em março. O processo para designação começou cerca de dois meses depois, em 8 de maio, quando Trump notificou o Congresso sobre a intenção por meio de carta, seguindo o procedimento legal, que determina que o Legislativo seja informado sobre a designação de um aliado militar estratégico fora da OTAN pelo menos 30 dias antes do status entrar em vigor.

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