Brasil e Estados Unidos pretendem desenvolver um produto de defesa

Alexandre Gonzaga

Brasil e Estados Unidos vão desenvolver, em conjunto, um projeto de defesa. A proposta foi um dos assuntos discutidos nesta segunda-feira (03), durante a realização do Diálogo de Indústria Defesa, promovido na capital fluminense, pela embaixada americana, em parceria com o Ministério da Defesa (MD). "Estamos pensando em produto binacional com os americanos. Existem algumas parcerias importantes que serão anunciadas ao longo da LAAD (feira de defesa e segurança, que acontece a partir desta terça-feira no Riocentro), entre empresas brasileiras e americanas", informou o secretário de Produtos de Defesa (Seprod), Flávio Basilio.

Na abertura do Diálogo, Basílio falou sobre a retomada do crescimento econômico e sobre a indústria de defesa. "Nós esperamos retomar gradualmente o nosso crescimento e o processo de consolidação fiscal. O Brasil tem um setor de defesa muito dinâmico com empresas qualificadas e precisamos buscar novos mercados e fontes de investimentos, para fazermos uma maior inserção dos produtos no mercado internacional", disse o secretário.

O embaixador americano no Brasil, Michael McKinley, salientou na sua explanação que historicamente os dois países sempre cooperaram bilateralmente. "No mês passado, por exemplo, finalizamos convênio para intercâmbio de informações  – o MIEA – Master Information Exchange Agreement -, na área de pesquisa e desenvolvimento, que nos permitirá ampliar nossa colaboração, abrindo possibilidades de novas tecnologias em defesa", afirmou McKinley.

A reunião de hoje (03), entre autoridades americanas, brasileiras e empresários de ambos os países, visa, além de desenvolver um produto em comum, também reconhecer mutuamente normas de certificação, regulamentação de produtos para exportação e transferência de tecnologia em materiais sensíveis.

O II Diálogo de Indústria de Defesa deverá ocorrer em outubro deste ano, em Washington, nos Estados Unidos.

Outro assunto abordado no evento é a realização, em novembro deste ano, de um exercício  de logística multinacional combinado na área de logística, na região amazônica, entre as Forças Armadas brasileiras, americanas e órgãos públicos. O exercício combinado "Amazonlog 17" tem por objetivo treinar militares e civis no emprego em ações de ajuda humanitária, catástrofes e missões de paz.

Além de Estados Unidos e Brasil, participarão do exercício Argentina, Bolívia, Canadá, Chile, Equador, Panamá e Peru. A "Amazonlog 17" também será uma oportunidade para que o setor empresarial apresente seus produtos e soluções na área de logística e ajuda humanitária.

Os entendimentos para a aproximação entre Brasil e Estados Unidos se ampliaram em setembro do ano passado, com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, e a então embaixadora norte-americana no Brasil, Liliana Ayalde, que lideraram o Diálogo da Indústria de Defesa.

 

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