Henrique Gomes – Transferência Tecnológica e Parceria

Henrique Gomes

CEO da IAI do Brasil

 

O avanço tecnológico do Brasil, nos últimos anos, teve um ingrediente importante – a transferência de tecnologia. Isso vem acontecendo em projetos estratégicos, como o do desenvolvimento do Caça Gripen e do PROSUB, o submarino de propulsão nuclear. Mas, esse expediente também vem sendo adotado por meio de parcerias entre empresas nacionais e internacionais, com ganhos para ambas. A empresa nacional se beneficia do acesso a tecnologias modernas e inovadoras e a empresa internacional ganha um novo mercado de atuação.

Essa foi a estratégia da Israel Aerospace Industries (IAI) há alguns anos, quando identificou no Brasil um mercado promissor e estratégico para a expansão de seus negócios na América Latina. Para ingressar nesse mercado, a empresa estudou a indústria local e a nova legislação das Empresas Estratégicas de Defesa (EED) foi determinante para a definição de como a empresa se estabeleceria no país – por meio da participação acionária em empresas brasileiras, contribuindo com a nacionalização de produtos e transferindo tecnologia para o Brasil.

E assim aconteceu há cerca de cinco anos, quando a IAI iniciou uma parceria com a empresa brasileira IACIT. Logo depois, foi firmada parceria com a AVIONICS Services. Ambas foram escolhidas por atuarem em setores liderados pela IAI no exterior. Com elas, foram feitos acordos para desenvolvimento de projetos estratégicos como um radar e o primeiro VANT (veículo aéreo não tripulado) classe 4 do país, que recebeu a certificação de PED (Produto Estratégico de Defesa).

Após a primeira fase de transferência de tecnologia, agora a IAI vem dando suporte para que as empresas parceiras conquistem o mercado internacional. Abre-se também a possibilidade de agregar aos produtos da IAI tecnologias desenvolvidas pelas duas empresas brasileiras com a IAI podendo se tornar um canal de internacionalização para elas.

Além dessas empresas, a IAI mantém parcerias com outras corporações nacionais, como o caso da KRYPTUS, empresa que atua em defesa cibernética, e da ALTAVE, no desenvolvimento de projetos em comum, que também contemplam o fornecimento de soluções e a transferência de tecnologia, mas não envolvem participação acionária.

Por trás dessa busca por parcerias está a filosofia da empresa de crescer alicerçando-se em projetos que garantam a segurança e soberania do país onde está atuando. Nesse caso, a empresa israelense não só acredita na recuperação da economia do Brasil, como vislumbra a retomada de projetos estratégicos, de longo prazo, pelas Forças Armadas.

Um deles é o Programa Estratégico de Sistemas Espaciais, da Força Aérea Brasileira (FAB), que prevê a implantação de uma constelação de satélites para atender a diversas demandas da nação brasileira. Conhecida como a casa de satélites de Israel, com dez satélites em órbita, a IAI cadastra-se para ser parceira nesse projeto.

Nas áreas de Defesa e Segurança Pública, a empresa também pode contribuir com a retomada de projetos como o uso de VANTs no monitoramento das fronteiras, com o fornecimento de sistemas nacionais, desenvolvidos pela Avionics. Os VANTs classe 4 já foram utilizados com sucesso pela Polícia Federal no monitoramento das fronteiras, prevenindo a entrada de armas e drogas em território nacional. Esse programa, de suma importância para a segurança pública, merece ser reativado e a IAI tem total capacidade de contribuir para que isso aconteça.

Esses são apenas alguns exemplos de como a presença da IAI no Brasil é permanente e duradoura, fundamentada em um projeto de longo prazo e que visa o crescimento da economia e da segurança brasileiras.

 

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