Caças russos batem recorde no mercado internacional

Iúri Paniev


Em 2012, as exportações militares russas estabeleceram um novo recorde, atingindo US$ 15 bilhões. Desse montante, US$ 12,9 bilhões foram obtidos com as vendas externas efetuadas pela empresa Rosoboronexport, a única exportadora autorizada de armas do país.

De acordo com o diretor-geral da Rosoboronexport, Anatóli Isáikin, as aeronaves tiveram a maior representatividade nas exportações militares russas (37%), enquanto o equipamento militar naval e os mísseis terrear aumentaram suas fatias no mercado em 18% e 15%, respectivamente. 

A carteira de encomendas de bens militares produzidos na Rússia também continua crescendo e já ultrapassa os US$ 37,3 bilhões. No ano passado, a Rosoboronexport recebeu 1.877 pedidos de compra de clientes estrangeiros e assinou 1309 contratos de venda, 2,5 vezes mais do que em 2011.

Tal tendência dá esperança à Rússia de que, nos próximos anos, o país continue em segundo lugar no mundo em exportações militares, perdendo apenas para os EUA.

No ano passado, a Rússia exportou armas para 60 países, com especial destaque para os os países do Sudeste Asiático e do Pacífico Asiático (43%), do Oriente Médio e da África Setentrional (23%), da América Latina (18%) e da Comunidade de Estados Independentes, composta pelas ex-repúblicas soviéticas, exceto os países bálticos e a Geórgia (12%).

Dentre os novos países que mostraram interesse por armas russas, constaram ainda Gana, Itália e Polônia.

Conflito sírio – Isáikin não nega que Moscou continua cumprindo os contratos de armas celebrados com a Síria, já que o país não está sob sanções do Conselho de Segurança da ONU. “O equipamento militar fornecido nos termos dos contratos não é de caráter ofensivo”, acrescenta. No entanto, a Rosoboronexport não vendeu à Síria mísseis terra-ar Iskander ou quaisquer outras armas ofensivas, desmentindo as afirmações feitas pela ex-secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton.

A carteira de encomendas de bens militares produzidos na Rússia também continua crescendo e já ultrapassa os US$ 37,3 bilhões. No ano passado, a Rosoboronexport recebeu 1.877 pedidos de compra de clientes estrangeiros e assinou 1309 contratos de venda, 2,5 vezes mais do que em 2011.

Prioridade latina – “A promoção de nossas armas no mercado latino-americano é uma de nossas prioridades, sobretudo no Brasil”, afirma Saiki sobre as perspectivas de vendas de armas russas na América Latina, que atualmente já opera cerca de 500 helicópteros de fabricação russa. Entre os modelos de maior destaque nos países latino-americanos estão os helicópteros de médio porte Mi-17 e suas modificações Mi-24, Mi-25 e o Mi-35M, além aeronaves de grande porte como o Mi-26.

O maior importador de equipamento militar russo nesse período foi a Índia, que comprou 350 tanques T-90S e encomendou outros 1.500, além de 150 caças Su-30MKI. O comércio de armas foi novamente impulsionado pela visita do presidente russo Vladímir Pútin a Nova Déli em dezembro passado, quando Rússia e a Índia assinaram um contrato para o fornecimento de 48 aviões de caça novos e kits para a montagem de aeronaves em empresas indianas.

Os russos também estão projetando em conjunto com a Índia um avião de quinta geração e um míssil supersônico antenais Brahmos a ser transportado pelo avião Su-30MKI, bem como estão em vias de finalizar os trabalhos de atualização no porta-aviões indiano Vikramaditia.

Por outro lado, a “Rússia perdeu as licitações para o fornecimento à Índia de aviões de caça multimissão e de helicópteros de ataque e de grande porte”, esclareceu o diretor-geral da Rosoboronexport. Como as novas aeronaves ainda não estão em serviço da Força Aérea Russa (FAR), elas não foram aprovadas na licitação.

Dado o interesse crescente no mundo por sistemas de defesa antiaérea, cabe dizer que a Rússia mantém a liderança nesse segmento do mercado de armas e a Rosoboronexport tem encomendas do míssil terra-ar S-400 até 2021.

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