GOL – Custo do Querosene gera Devoluções e Demissões

Aviação – As ações da AA para Economizar Combustível


Por Clarice Spitz

Pressionada pelo avanço da cotação do petróleo — que significou um aumento de 21,4% nas despesas com combustíveis no primeiro trimestre, sobre o mesmo período de 2010 —, a Gol prepara uma série de medidas para enxugar custos e aumentar a eficiência.

O vice-presidente Financeiro da companhia aérea, Leonardo Pereira, disse ontem ao GLOBO que a empresa está devolvendo seis aeronaves que consomem mais combustível, modelos 737-800 e 737-700, à fabricante americana Boeing. A Gol, que tem 115 aviões, também já começou a cortar pessoal e vai ampliar os contratos de hedge (proteção contra variação de preços) de petróleo, além de utilizar rotas mais rentáveis.

— Descontinuamos o fretamento de aviões extremamente caros para esse nível de preço de petróleo, os seis já estão fora de operação. As aeronaves não são eficientes em termos de combustível.

Elas são usadas para rotas no exterior de grande percurso — afirmou. — Também vamos ser muito mais cautelosos com nossa malha de voos. Estamos substituindo rotas menos rentáveis por outras que vêm dando mais resultados.— Não é uma estratégia conservadora porque o Brasil está com outra realidade. Está muito bem, mas não há dúvida de que, este ano, o Brasil não vai crescer tanto quanto no ano passado — afirmou Pereira. A empresa decidiu manter a projeção do aumento da demanda doméstica entre 10% e  15%, o que foi mal recebido pelo mercado.

As ações preferenciais da companhia caíram 4,15%, para R$20,99, uma das principais quedas do Ibovespa. A Gol ainda ampliou sua proteção por meio de contratos no mercado futuro (o hedge) de petróleo, que correspondiam no primeiro trimestre a 23% do consumo da empresa e, para os próximos 12 meses, serão elevados para 38%. A projeção para o preço do barril do petróleo, que era de US$82 a US$93, subiu para US$100 a US$115. No primeiro trimestre, a companhia teve uma perda líquida de R$30,6 milhões nas operações designadas de hedge. A empresa registrou lucro líquido de R$31,964 milhões nos três primeiros meses de 2011, contra R$23,922 milhões no mesmo período do ano passado, segundo o padrão IFRS, determinado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O lucro líquido ajustado, que não reconhece algumas despesas contábeis, foi de R$110,5 milhões. O yield, indicador das tarifas pagas por quilômetro de voo, ficou em R$19,83, um recuo de 0,9% frente ao mesmo período de 2010.

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