RESGATE – Esquadrão Pelicano completa 54 anos de atuação no país

Um dos mais emblemáticos esquadrões da Força Aérea, o Segundo Esquadrão do Décimo Grupo de Aviação (2º/10º GAV) completou nesta semana (6/12) 54 anos de existência. O esquadrão, sediado na Base Aérea de Campo Grande, é responsável por buscas e resgates de aeronaves e embarcações desaparecidas em todo o Brasil e até em alguns países vizinhos.

Os “pelicanos”, como são chamados os militares da unidade, já participaram de mais de 3 mil operações reais e cumpriram mais de 25 mil horas de voo. O resultado de toda a dedicação é o resgate de mais de 6 mil pessoas.

As tripulações do esquadrão chegam às mais distantes localidades brasileiras em um espaço de tempo reduzido, devido a localização estratégica no Estado do Mato Grosso do Sul, região central do país. É este esquadrão que responde ao Alerta SAR (Search and Rescue) Brasil e pode ser considerado um dos mais importantes da Força Aérea Brasileira.

Os “pelicanos” mantêm 24 horas, durante todo o ano, uma equipe de prontidão, um avião SC-105 Amazonas, especialmente equipado para missões de busca, e helicóptero UH-1H para missões de resgates, prontos para decolar, qualquer que seja o destino, em terra ou no mar.

As missões de busca geralmente são realizadas pelos tripulantes dos Amazonas. Mais rápida que o helicóptero, a aeronave alcança os mais distantes pontos do país em poucas horas. Porém, muitas vezes a base do helicóptero de resgate encontra-se distante do local do acidente e como o pouso do avião exige pista, o papel do paraquedista nessas circunstâncias torna-se fundamental, representando a diferença entre a vida e a morte de uma vítima de acidente aeronáutico ou o socorro imediato a náufragos em perigo – os homens de resgate podem ser lançados a partir de uma aeronave de busca, agilizando assim o atendimento aos sobreviventes.

O Pelicano também participa de ações de misericórdia. São feitas missões de socorro, remoções de emergência de pacientes em estado grave para centros com mais recursos hospitalares, atendimentos médicos, apoios em caso de catástrofes naturais e várias campanhas sociais (incluindo a campanha anual de multivacinação em toda região do Pantanal e da Amazônia), buscando sempre o apoio à população civil de localidades isoladas.

HISTÓRIA – Veterano de missões de resgate lembra os desafios das missões no Pelicano

"Quando atuamos com Busca e Salvamento, a vida dos outros está em nossas mãos”. Essa é a definição de um homem que viu, de perto, a dor e o sofrimento, salvou vidas e se arriscou para levar alívio e cura a quem precisava. O Tenente Coronel Médico Rubens Marques do Santos, ou “Doc Santos”, como é conhecido, lembra com nitidez de detalhes missões que fizeram dele um dos pioneiros da Busca e Resgate da Força Aérea Brasileira.

O militar atuou na busca dos cinco sobreviventes da queda do C-47 Douglas FAB 2068, em 1967. Na época, essa foi a maior missão de resgate realizada no Brasil e deu origem ao Dia da Busca e Salvamento na Aviação Militar. Ele também integrou o grupo de paraquedistas que fundou o Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (PARA-SAR).

Já na reserva e, aos 78 anos, ele atua como obstetra em Campo Grande (MS) e mantém contato próximo com os militares do Esquadrão Pelicano. “Diria a eles que continuem unidos, trabalhando juntos porque, nessas missões, todos somos companheiros. Quando estamos em uma situação de risco, não tem patente nem divisa, todos somos iguais”, aconselha Doc Santos.
 

Fonte: Agência Força Aérea
Fotos: Sgt  Johnson

Compartilhar:

Leia também

Inscreva-se na nossa newsletter