REVO – KC multiplica poder dos caças

Os caças F-5EM que participam do exercício Salitre 2014 têm um reforço durante as missões de defesa aérea realizadas no norte do Chile. É o KC-130 Hércules, uma aeronave de reabastecimento em voo (REVO) capaz de encher os tanques de combustível das aeronaves de combate. Em uma única missão realizada nesta terça-feira (14/10), um KC-130 da FAB transferiu mais de seis mil litros de querosene.

Às 12h07, uma esquadrilha de quatro F-5EM fez o reabastecimento em voo antes de seguirem para a área do conflito simulado. "Eles podem fazer uma decolagem de alta performance, encher os tanques, e em seguida, partirem para o combate com mais combustível", explica o Capitão Anderson Cruz, piloto do KC-130. Com esse reforço, o tempo de ação dos caças praticamente dobra, além de haver o aumento da segurança.

A aeronave permaneceu em uma área pré-determinada até às 15h21, quando dois F-5EM, envolvidos na segunda missão do dia, vieram encher os tanques mais uma vez. "Apesar das 5 horas de voo e de termos feito seis reabastecimentos, ainda teríamos combustível para voar até Santiago, se precisasse", completa o Aviador.

Além do combustível levado nas asas, o KC-130 tem dois tanques extras debaixo das asas e outros dois internos. Ao todo, pode levar mais de 50 mil litros de combustível.

Após decolar, o KC-130 segue para um ponto pré-estabelecido e aguarda os caças. No ponto de encontro, a aeronave estende duas mangueiras de 12 metros de comprimento com cestas nas pontas. Os pilotos dos caças reduzem a velocidade para se aproximar do avião-tanque e conectar suas sondas de reabastecimento nas cestas.
 

Dois aviões podem ser reabastecidos ao mesmo tempo. Os pilotos do KC-130 se mantêm em contato constante com dois observadores sentados na parte de trás da aeronave. Enquanto isso, o engenheiro de voo é responsável por liberar o combustível. O reabastecimento de cada caça dura poucos minutos.

Em seguida, o KC-130 reduz sua potência e entra em uma órbita circular, a espera de mais aeronaves. O objetivo é manter o avião-tanque longe dos combates simulados, realizados a centenas de quilômetros de distância. "É uma aeronave estratégica. E precisa ser protegida. Para irmos até a zona de conflito teríamos que ter escolta", afirma o Capitão Cruz.

O navegador da aeronave, Suboficial Francisco Olegário, lembra que o planejamento da missão também muda de acordo com o local. “Analisamos fatores como a topografia e o tipo de aeronave a ser reabastecida”, explica. No caso do Chile, a presença da Cordilheira dos Andes faz com que os procedimentos tenham que ocorrer na área do Deserto do Atacama, mais próxima do Oceano Pacífico.

No contexto de um exercício internacional como a Salitre 2014, toda a fraseologia padrão utilizada é na língua inglesa. "Fazemos isso para estarmos prontos para reabastecer aeronaves de outros países. Então treinamos nesse padrão", diz o Capitão Cruz. Além dos F-5EM, o KC-130 da FAB também já reabasteceu durante o exercício Salitre 2014 as aeronaves A-4AR da Argentina. Aviões KC-135 do Chile e dos Estados Unidos fazem o reabastecimento dos caças F-16.

O Esquadrão Gordo, com sede na Base Aérea do Galeão, também tem aeronaves C-130 Hércules, utilizadas em missões de transporte. As tripulações se destacam pela experiência: os sete tripulantes da missão desta terça-feira somavam quase 20 mil horas de voo em aeronaves C-130 e KC-130.

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