EUA liberam restrições sobre pedido da Índia por jatos Embraer

Nota DefesaNet

O microchip, chamado QRS-11, usado no sistema de guia das aeronaves comerciais, é um produto das tecnologias "dual-use". O mesmo microchip, também é adotado em aeronaves militares.

Assim o mesmo equipamento que guia caças até o alvo, em operações militares, é o que guia aviões comerciais, em rotas aéreas, com segurança.

Microchips similares também equipam os jatos da Embraer, o que faz com que a empresa tenha de solicitar permissão de exportação, ao Departamento de Estado, para determinados países.

MUMBAI (Reuters) – Os Estados Unidos concordaram em permitir que a Índia compre aviões fabricados pela Embraer, que vinha segurando a venda até que Nova Délhi concordasse em aceitar uma lista de exclusão de países por onde aviões equipados com equipamentos eletrônicos especiais podem voar. A informação foi publicada na segunda-feira pelo jornal indiano Times of India.

A Índia assinou em 2003 um contrato de 7 bilhões de rúpias (160 milhões de dólares) para a compra de cinco jatos fabricados pela Embraer, quarta maior fabricante de aviões comerciais do mundo. Mas em junho, a companhia brasileira acrescentou uma condição na venda para atender novas diretrizes dos Estados Unidos. As regras exigem que países que comprem aeronaves equipadas com certos dispositivos eletrônicos precisam concordar em não utilizá-los em uma lista de países que inclui China, Coréia do Norte, Irã, Líbia, Síria, Cuba e Haiti.

O Times of India não indicou a natureza específica dos equipamentos, mas informou que os aviões serão usados para transporte de autoridades governamentais.

A Embraer vinha se recusando a entregar os aviões depois que autoridades de Defesa e da Força Aérea da Índia, que utilizarão as aeronaves, não quiseram aceitar as exigências. Elas informaram que o pedido com a Embraer seria cancelado.

Entretanto, representantes da Defesa da Índia pediram ao Departamento de Estado dos EUA para que fizesse uma exceção, segundo o jornal.

"Os ministros de Defesa e Assuntos Externos disseram que trabalharam para evitar um possível embaraço diplomático na véspera da visita do premiê Manmohan Singh aos Estados Unidos", publicou o jornal, referindo-se à visita do primeiro-ministro indiano ocorrida no mês passado.

Autoridades da Força Aérea indiana não puderam ser contatadas para comentarem o assunto, mas um especialista da indústria de aviação informou que dois países fazendo comércio entre si não deveria ser algo que seguisse a política dos EUA

"Você não pode dizer a um governo soberano para onde voar e não voar. E você não pode dizer a um governo soberano que ele só pode vender seus aviões para um país se ele concordar com certas condições", disse Kapil Kaul, chefe do Centro para Aviação Ásia-Pacífico na Índia.

"Há uma necessidade econômica em se fazer negócios com a Índia hoje e portanto a Índia tem a capacidade de negociar mais efetivamente", disse Kaul.

 

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