Argentina – Papa Francisco envia rosários a militares presos

 

Redação DefesaNet

Com Agências Noticiosas

O papa Francisco enviou mais de 50 rosários a militares presos sob acusações de crimes de lesa humanidade na Argentina.

Os terços foram entregues ao bispo castrense (cargo que chefia uma espécie de diocese militar) no país, Monsenhor Santiago Olivera, pelo próprio Papa Francisco. Os militares em questão estão na cadeia ou em prisão domiciliar e respondem por envolvimento em crimes contra a humanidade na ditadura que comandou a Argentina entre 1976 e 1983.

Em entrevista ao jornal La Nación, Oliveira contou que os rosários foram entregues após os militares terem reclamado de que o Papa Francisco havia enviado um terço à líder indígena Milagros Sala, em 2016, quando ela estava presa.

"Alguns perguntavam por que para Milagros Sala e não para eles. O Papa não apenas entregou mais de 50 rosários para que sejam enviados aos militares presos nos cárceres de Campo de Mayo e Ezeiza ou detidos em suas casas, para que sigam rezando, mas também gravou um áudio para todos os membros de minha diocese", disse o Capelão.

Neste sentido destacou que coincidiram avaliar que  "não é justiça" as prisões preventivas "exageradas" que ainda  pesam sobre muitos ex-militares acusados de crimes de “lesa humanidade”, em idade avançada. "O abuso da prisão preventiva é injusto não só para os políticos, mas também para os militares", ressaltou o capelão militar.

Em um foro que ocorreu em Outubro 2019, no Vaticano, o Capelão Olivera denunciou as injustiças que vivem na Argentina muitos ex-militares. Explicando com dados e estatísticas falou  da  "mala praxis judicial" nos chamados julgamentos de “lesa humanidade” e questionou "prisões temporárias", que se transformam em prisões perpétuas.

"Há casos emblemáticos de militares detidos que, vários anos após, foram absolvidos e tem muita gente que sofre", destacou. "E com o Papa também falamos da possibilidade de que familiares de militares presos o que foram vítimas da subversão possam ser recebidos pelo Sumo Pontífice, e que ele se manifestou a ouvir e acompanhar este problema, adiantou.

Trata-se de um gesto significativo que reflete a disponibilidade do pastor universal de passar e divisão política por parte do Papa, que no passado recebeu  figuras como como Estela Carlotto, titular das Vós de Plaza de Mayo e Hebe de Bonafini, principal líder das “Madres de Plaza de Mayo”, entre outros familiares de desaparecidos e vítimas da ditadura.

Oliveira ainda acrescentou que as prisões preventivas "exageradas" não são uma forma de justiça. A Argentina teve uma das ditaduras mais cruéis do século 20 na América do Sul, com milhares de mortos e desaparecidos – grupos de direitos humanos falam em até 30 mil vítimas, embora ainda haja divergências sobre os números.

Nota DefesaNet

O número de 30.000 mortos foi um número acertado entre Néstor Kirchner e as Madres de La Plaza de Mayo, bastante grande para causar impacto.

Muitos dos constantes da lista de mortos ou desaparecido tem sido comprovado que é uma farsa.

Para isto é importante ler a obra “Mentirás tus Muertos: Falsedades y millones detrás del mito de los 30.000 desaparecidos”, Escrito por José D´Angelo, editora El Tatú, 2015, Buenos Aires.

Talvez este ato do Papa Francisco seja uma consequência do Filme "Dois Papas" , dirigido pelo brasileiro Fernando Meirelles. O então Cardeal Bergoglio (Jonathan Pryce) trava discussões teológicas e políticas o Papa Bento XVI (Anthony Hopkins). E fala de sua ação no tempo da ditadura militar, o que lhe trouxe muitas críticas, pela esquerda.

 

Cena do Filme Dois Papas com interpretações magistrais de Anthony Hopikns e Jonathan Pryce

São 544 falecidos nas prisões

Já somam 544 (quinhentos e quarenta e quatro) os membros de todas as Forças Armadas, Forças de Segurança, Forças Policiais, Forças Penitenciárias e Civis; neste processo de perseguição, vingança e extermínio, onde “CONTINUAM OCORRENDO de forma sistemática uma infinidade de irregularidades jurídicas, instrumentadas no âmbito de uma justiça prevaricadora.

Idade média dos militares detidos a nível nacional:

 

Nas prisões: 70 anos.

Prisão Domiciliar: 78 anos.

Períodos onde ocorreram as 544 mortes

Mortos entre 10 DEZ 1983 / 25 Maio 2003: 20.

Mortos entre 25 MAIO 2003 / 10 DEZ 2007: 54. (Governo Néstor Kirchner)

Mortos entre 10 DEZ 2007 / 10 DEZ 2015: 272. (Governos Cristina Kirchner)

Mortos entre  10 DEZ 2015 / 10 DEZ 2019: 197. (Governo Macri – Ver Nota)

Mortos desde 10 DEZ 2019: 1

Solicitamos a todos os integrantes das Forças Armadas, Forças de Segurança, Forças  Policiais e Forças Penitenciárias, às distintas ONGs e Instituições, aos familiares, amigos companheiros em geral, a continuar juntando apoio de todos que devem enfrentar esta injusta situação, afim de afirmar, fortalecer e incrementar os justos reclamos por acesso a uma justiça verdadeiramente independente, imparcial e objetiva, através do irrestrito respeito a Constituição Nacional. A continuação da árdua luta em seu apoio, pela recuperação plena do  estado de direito pela reparação do respeito e a credibilidade das Instituições da República, assim exigem.

Expressamos nossas sentidas condolências a todos os familiares, companheiros de Promoción, camaradas e amigos, rogando ao Senhor, lhes conceda rápida e benção cristã.

Coronel (R) Guillermo César Viola

Union de Promociones

 

Nota DefesaNet

O presidente Macri, durante a campanha eleitoral tinha prometido reavaliar a situação dos presos. Porém, nos quatro  anos de sua gestão não tocou no assunto. Só uma tentativa no início do governo e recuou com a pressão da esquerda.

O Editor  

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