Países do Golfo Pérsico repudiam lei que permitiria ações de famílias do 11/9 contra Arábia Saudita

O Conselho de Cooperação do Golfo Pérsico (GCC), dominado pela Arábia Saudita, criticou nesta segunda-feira uma lei aprovada pelo Congresso dos Estados Unidos na semana passada que permitiria às famílias das vítimas dos ataques de 11 de setembro de 2001 processar o reino para receber indenizações.

O GCC, que tem seis membros, disse que a lei é "contrária aos fundamentos e princípios das relações entre os Estados e ao princípio de imunidade de soberania de que os Estados desfrutam", disse o secretário-geral do GCC, general Abdullatif al-Zayani, em um comunicado.

O Catar e os Emirados Árabes Unidos também repudiaram o projeto de lei.

"Tais leis irão afetar negativamente os esforços internacionais e a cooperação internacional no combate ao terrorismo", afirmou o ministro das Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos, xeique Abdullah bin Zayed Al Nahyan, em um comunicado divulgado pela agência estatal de notícias WAM.

A Câmara dos EUA aprovou a "Lei de Justiça contra Patrocinadores do Terrorismo" na sexta-feira, mas a Casa Branca disse que o presidente Barack Obama irá vetar a medida.

Quinze dos 19 sequestradores que derrubaram aviões de passageiros em Nova York, nos arredores de Washington e na Pensilvânia eram cidadãos sauditas.

O governo saudita, que nega veementemente qualquer responsabilidade, fez pressão contra o projeto de lei.

EUA homenageiam vítimas do 11 de setembro 15 anos após ataques

Norte-americanos lembraram neste domingo os 15 anos dos ataques de 11 de setembro de 2001 com um recital dos nomes das pessoas mortas, toques de sinos em igrejas e uma homenagem com luzes no local onde as gigantescas torres gêmeas desmoronaram em Nova York.

Ao som de música clássica no sul da ilha de Manhattan, familiares e pessoas que participaram do socorro leram lentamente os nomes das vítimas e compartilharam lembranças das quase 3 mil pessoas mortas no pior ataque em solo norte-americano desde o bombardeio a Pearl Harbor em 1941.

Tom Acquarviva perdeu o filho Paul, de 29 anos, que trabalhava em uma empresa de serviços financeiros no alto da torre norte, acima de onde o primeiro avião chocou-se.

"Nós sentimos muitíssimo a falta dele. Muitíssimo, muitíssimo, muitíssimo. Não há um dia que não lembremos dele", disse Acquarviva à Reuters. Mas ele também disse sentir um sentido de esperança: "Há mais gente aqui hoje do que jamais houve."

A cerimônia foi interrompida por seis momentos de silêncio: quatro para marcar os exatos momentos em que os aviões sequestrados chocaram-se contra o World Trade Center, o Pentágono e em um campo na Pensilvânia. Os outros dois momentos foram para lembrar quando cada uma das torres caiu.

No Pentágono, um trompete foi tocado enquanto o presidente Barack Obama participava de uma cerimônia com coroas de flores.

"Quinze anos pode parecer um longo período. Mas para as famílias que perderam um pedaço de seus corações naquele dia, eu posso imaginar que parece que foi ontem", disse Obama.

Nenhuma autoridade falou na cerimônia em Nova York, mantendo uma tradição que começou em 2012. Ainda assim, muitos dignatários estiveram presentes, incluindo o candidato republicano à presidência Donald Trump e sua rival democrata Hillary Clinton.

Igrejas em toda Nova York soaram sinos às 8:46 (local), no mesmo horário em que o voo 11 da American Airlines chocou-se contra a torre norte.

Na noite deste domingo, canhões de luz irão projetar duas grandes colunas no céu de Nova York, representando os dois prédios que caíram.

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